O ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, enfrenta a maior crise de sua carreira política. Nos últimos meses, tem sido testemunha de um fenômeno que parecia impensável há alguns anos: a debandada em massa de prefeitos, vereadores e lideranças regionais que antes integravam seu grupo político e agora migram para a base do governador Jerônimo Rodrigues.
A situação é tão grave que até o próprio ACM Neto precisou reconhecer publicamente o tamanho do problema. Tentando minimizar, classificou como “normal” o movimento, mas nos bastidores, o pânico tomou conta da oposição. É nítido que a perda de quadros importantes, como Zé Cocá, Júnior Marabá e Nal Azevedo, representa muito mais que uma simples troca de lado. É o colapso de um projeto político que não soube se renovar, dialogar nem se adaptar aos novos tempos.
O desgaste do ex-prefeito é tão evidente que até formar uma chapa para 2026 virou missão quase impossível. Ninguém quer estar ao lado de um líder que não oferece segurança, não dá retorno e não tem mais prestígio nem na capital, muito menos no interior.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, resumiu bem a situação: “Quem deixa espaço vazio tem que correr atrás. E vai dar trabalho de encostar, porque o governador é muito ágil”. A fala não poderia ser mais certeira. Enquanto Jerônimo corre, trabalha e entrega, ACM Neto patina, tropeça e perde espaço.
O ex-prefeito tenta se agarrar ao discurso de que fará campanha “com o povo”, como se tivesse alguma conexão com a realidade popular. Mas os fatos mostram que nem aliados, nem eleitores, nem a própria oposição confiam mais nesse discurso vazio e ultrapassado.
